Você precisa estar atenta a isso! O que fazer para proteger seus filhos? Vou te contar neste post.
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Atualização em 05 de junho: ontem o dr Drauzio Varella alertou sobre o surto de caxumba nas regiões Sul e Sudeste. Veja aqui. A Folha de São Paulo e o Globo.com também colocaram suas matérias no ar.
Mais um problema relacionado à infecções, começa a ressurgir no país: a caxumba, também conhecida como papeira.
A imprensa começou a noticiar essa semana a ocorrência de surtos no estado de São Paulo, com cerca de 568% de aumento.
Então, antes que comece o estresse e os boateiros sedentos por cliques façam o seu terrorismo característico, estou aqui para esclarecer vocês.
Primeiro, entenda o que é a caxumba?
É uma infecção viral, causada pelo Paramixovírus, que tem como característica peculiar, a inflamação nas glândulas salivares/parótidas, que ficam abaixo e em torno da mandíbula, bilateralmente.
Importante dizer que a parotidite pode ser causada por vários vírus comuns, até mesmo o vírus da gripe/influenza, problemas como cálculos no ducto que leva a saliva para dentro da boca e muito raramente, tumores.
Quais são os outros sintomas e complicações?
Normalmente, os sintomas são febre, dores no corpo e logo após aparece o inchaço na face, muitas vezes doloroso. Em menos de 10% dos casos, em homens, ocorre dor e aumento do testículo – a chamada orquite – bastante característico da doença. E mais raramente ainda, podemos ter complicações graves como a meningoencefalite, sendo extremamente rara a morte.
Como se transmite?
Da mesma forma que as gripes, através das secreções/gotículas respiratórias. O cuidado que você está tendo (espero!) para a H1N1/Influenza, também serve para evitar a caxumba.
O período de incubação é de 16 a 18 dias e após os primeiros sintomas, as crianças e os adultos devem se afastar da escola ou trabalho por pelo menos cinco dias.
E o tratamento?
Bem, não vou entrar em todas as crendices sobre caxumba. Com certeza sua avó deve ter mil histórias e recomendações: não pode comer isso, não pode comer aquilo senão a doença desce pro testículo (já viram que é comum), emenda o pescoço e se auto-estrangula (pera aí….).
Na realidade o tratamento é o básico para os vírus: hidratação, analgésicos, repouso e canja (pronto, agora canja serve pra tudo). Evitar alimentos ácidos pode diminuir a dor, já que os mesmos estimulam mais a secreção de saliva.
Sempre é bom procurar o médico para uma avaliação com exames e para confirmar o diagnóstico, mas se lembre de cumprir a etiqueta dos vírus respiratórios no consultório e não tossir na cara da atendente, do médico e nem do paciente ao lado.
Normalmente, 99% dos pacientes se recuperam totalmente e sem complicações ao pegar a caxumba.
E o que danado aconteceu para ela estar voltando?
Isso está ocorrendo no mundo todo, provavelmente tem a ver com a vacina, que se pensava proteger por um tempo muito grande, e na verdade parece haver uma diminuição da proteção ao longo do tempo.
Deixo claro que a vacina é bastante eficaz, já que só nos EUA nos anos 50, houve cerca de 200 mil casos, com grande incidência de complicações e hoje estamos na casa dos mil, 2 mil casos por ano. Apenas provavelmente precisa de ajustes no calendário.
No início da vacinação, em meados dos anos 90, aplicava-se apenas uma dose. Posteriormente, nos anos 2000, decidiu-se acrescentar o reforço, mas no momento a recomendação é principalmente rever a vacinação em locais de surto.
Lembretes importantes para ter na ponta da língua
Se houver casos na escola do seu filho, as medidas são as seguintes:
– Menores de 1 ano não devem ser vacinados.
– Verifique o cartão de vacina do seu filho: se ele tiver 2 doses aplicadas da SCR/MMR ou Tríplice Viral (nomes que pode encontrar), tudo ok.
– Se não há registro da vacinação, vá ao posto para checar.
– Maiores de 20 anos de idade e nascidos após 1960: se nunca vacinou, tomar uma dose da vacina e agendar uma segunda para 30 dias após. Se tem uma dose anterior, há mais de 30 dias, fazer a segunda dose.
– Professores que não sabem o seu estado vacinal: mais prudente vacinar. Profissionais de saúde idem. Lembro que houve vacinação de adultos jovens há menos de 5 anos, quando colocaram um adesivo na carteira de identidade.
– grávidas não devem tomar a vacina.
Em países europeus, já se indica a terceira dose nos casos de surtos e possivelmente haverá um reforço a ser feito na adolescência, mas essa prática ainda não é recomendada no País.
Essencialmente: atenção, nada de desespero. Não repassem boatos, repassem informação!
Compartilhem o máximo possível!
Dr., ouvi dizer sobre uns estudos mostrando a relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes. Numa pesquisa rápida, encontrei uma matéria da Super Interessante falando disso. Vale a pena correr o risco do seu filho contrair diabetes apenas para prevenir de doenças, a princípio, simples e com baixo risco de morte?
Dr. Boa noite! Tenho um garotinho de 1 ano e 9 meses recém completados…. Dentes caninos nascendo, as pontinhas começaram a aparecer fazem 2 dias, ontem depois do sono dá tarde ele acordou chorando sem motivo, reclamando “dodoi na boca” associei ao dente nascendo. Hoje de manhã o susto, logo que tirei ele do berço, observei o inchaço exagerado abaixo das orelhinha, apalpei e não senti a mandíbula! Desespero na hora e corri para o hospital, foi pedido exame de Amilase, o qual deu alterado e voltamos para casa com diagnóstico de caxumba…. Ainda não consigo crer ser possível, tão pequeno, vacinado e não vai à escola ainda, não teve contato com ngm com caxumba até onde sabemos….. É possível? Pode ser outra coisa? Obrigada, desculpe o desabafo….
Sim, é possível, por falha vacinal e pelo aumento da circulação do vírus nos últimos tempos. Mas ficará curado, fique certa disso.
meu filho tem 7 meses, e eu estou com caxumba, ele pode pegar? como cuidar disso??
Pode pegar, pois a vacina não é feita em menores de 1 ano, normalmente. Mas os anticorpos maternos protegem indiretamente o bebê.
Olá, doutor…me vacinei contra caxumba há uns 10 anos, preciso tomar um reforço hoje ou estou imunizada?Se for necessário, é só na rede particular que consigo a segunda dose, certo?
Segunda dose no SUS, atualmente,só em casos de surtos, mas o ideal é que a população adulta tenha feito duas doses (recentemente houve uma campanha).
Dr. meu bb de 1 ano foi diagnósticado com caxumba. sintomas vhs 1hora 20 e 2 hora 38 e também inchaço em baixo e na frente da orelha esquerda e nada mais. o diagnóstico está certo?
A confirmação precisa da sorologia específica. Qualquer vírus/inflamação aumenta VHS.