Ontem em deparei com o artigo do Science Alert (que traduzi abaixo e cujo original está aqui) bem interessante. Um novo remédio para asma está sendo testado e, se tudo der certo, poderá substituir o inalador em alguns anos.
É muito cedo para afirmar que com certeza isso vai acontecer. Mas com certeza é um grande alento para os asmáticos que tem que aguentar crise atrás de crise.
Veja a tradução do artigo abaixo e aproveite também para ler meu post sobre asma, clicando aqui, com 11 coisas que você precisa saber sobre esta doença.
Primeira pílula para asma em 20 anos se mostra bastante promissora em reduzir sintomas
O fim do inalador?
A primeira nova pílula para asma em duas décadas, completou recentemente sua 3ª fase de ensaios clínicos. Não apenas os pacientes disseram sentir alívio imediato, como a pílula iniciou o reparo da superfície das vias aéreas.
Tomada duas vezes ao dia, a pílula reduziu a inflamação em 80% nas pessoas com asma moderada ou severa.
“A pesquisa se mostrou bastante promissora e deveria ser vista com otimismo cauteloso”, disse Samantha Walker da organização Asma UK, que não estava envolvida na pesquisa. “A possibilidade de tomar um comprimido ao invés do inalador será muito bem vinda entre os 5,4 milhões de pessoas no Reino Unido que tem asma”.
Pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, acabaram de testar o medicamento, chamado Fevipiprant, num ensaio de fase 3. Isso significa que já passou por duas fases de ensaios, que avaliaram segurança e efeitos colaterais mais potentes, assim como resultados de curto prazo em um grupo pequeno de pacientes.
O ensaio envolveu 61 pacientes, divididos em dois grupos. Um grupo recebeu 225mg da droga duas vezes por dia por 12 semanas. O outro, placebo.
Fevipiprant e placebo foram tomados junto com outros medicamentos existentes, ao invés de substitui-los.
Os efeitos foram testados por uma série de testes respiratórios, amostras de tecido respiratório e ressonância do tórax, mas um dos objetivos era observar o efeito do Fevipiprant sobre a inflamação – tipicamente medido por algo chamado “contagem de eosinófilos na secreção pulmonar”.
Como os pesquisadores explicaram, esta contagem mede a inflamação através da detecção dos níveis de um glóbulo branco específico que é associado com a asma. Quanto pior a extensão da doença, maior o nível destes glóbulos brancos.
Para se ter uma ideia, pessoas sem asma tem menos de 1% deste indicador. Quem sofre de asma moderada ou severa normalmente tem cerca de 5%.
“O índice em pessoas com asma moderada ou severa tomando a pílula foi reduzida de uma média de 5,4% para 1,1% em 12 semanas”, escreveram os pesquisadores em um comunicado à imprensa.
Eles afirmaram que este efeito progressivo, somado ao fato de haver indicações que o medicamento estava regenerando o tecido respiratório danificado, permitiram aos pacientes parar de tomar outros medicamentos mais fortes para a doença.
“Estou muito animado porque este é o primeiro tratamento de que tenho notícia que mostrou efeitos de maneira geral”, o pesquisador responsável Chris Brightling disse a Denis Campbell do The Guardian.
“Estou entusiasmado pela provável efetividade e também pelo potencial de reduzir a necessidade de tomar esteroides por via oral. Os asmáticos poderiam parar de tomar estes medicamentos, o que seria uma enorme diferença para eles.”
Claro que ainda há chão antes que o medicamento chegue ao mercado – se é que vai chegar. Brightling comentou ao The Guardian “mais de dois mas menos de três anos”, se tudo correr normalmente.
Agora ele está se preparando para o próximo ensaio, envolvendo 850 pacientes e os resultados são esperados para 2018. Outros estudos também estão em fase de planejamento.
Esperamos que este medicamento consiga cumprir a promessa de dar uma melhor opção aos asmáticos – ou pelo menos seja um incentivo para mais pesquisas na área, que ficou parada por tanto tempo.
Os resultados do ensaio foram publicados no Lancet Respiratory Medicine
Otimo artigo parabens pessoas,vou colocar como favorito o sitee !!! Muito bom o conteudo!!!