O melhor presente no Dia do Médico

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Hoje é comemorado o Dia do Médico e ser médico não é fácil. Demanda coragem, tempo, abdicação, dedicação, superação, abnegação, doação e resiliência, especialmente para enfrentar a dor, a perda, o medo de errar e as cobranças para um comportamento infalível. No fim, ser médico é um presente de Deus.

Quando a gente decide abraçar essa profissão tão bela, não imagina a estrada que terá pela frente. E seguimos, às vezes aos tropeços, às vezes claudicantes, para então, um belo dia, perceber o quanto ela é maravilhosa.

Talvez a maioria dos colegas, na dura lida do dia a dia, não pare para refletir sobre a parte boa dessa caminhada, talvez a dureza da doença, nos impeça de enxergar o sorriso. Talvez nos dificulte entender o cântico de esperança que ecoa de quem nos confia a vida e quanto isso pode ser reconfortador e revigorante.

Na Pediatria, então, como ouvir a voz de quem não fala? Como enxergar o olhar de quem ainda não vê plenamente, como pegar na mão de quem não anda? Mas, hoje, ao receber uma carta de um paciente meu de 8 anos de idade, que tenho o prazer de guiar e a dádiva de ter de sua família toda a confiança depositada, tudo se clareou.

Terminei entendendo que não é preciso querer traduzir nenhum gesto, ouvir nenhuma voz, decifrar nenhum olhar.

Basta cuidar e amar. E tudo termina bem.

Eis a carta:

Doutor Flávio,

O senhor cuida de mim desde pequenininho. Sempre me ajuda a ser uma criança saudável.

Minha mãe sempre diz que o senhor sempre acreditou em mim e que ajudou a ela acreditar que eu ia vencer na fala, no andar e em conviver com as pessoas.

Cada vitória na minha vida, o senhor sempre faz parte dela. Sabe por quê? Porque cuida muito bem de mim.

Eu gosto muito do senhor, agradeço até por pedir que minha mãe faça pizza de couve-flor, que é uma delícia.

Eu oro sempre pelo senhor e sua família.

Meu médico preferido e o mais especial.

Com carinho,

Joan Otávio Targino de Oliveira”

(autorizada divulgação pelos pais).