Planejamento da gravidez também é essencial, afinal estamos colocando uma nova vida no mundo. Infelizmente, 99% das pessoas não fazem. Veja alguns pontos que você não pode esquecer na hora de tomar esta importante decisão.
Sempre que atendo um casal com um recém-nascido e começo a investigar o antes, durante e depois da gravidez (sim, o pediatra precisa fazer isso), me chama a atenção que ao perguntar se houve o planejamento para engravidar a resposta é: mais ou menos…
Fez exames prévios à gestação? 99%, não.
Procurou seu ginecologista de confiança antes de engravidar? 99%, não.
Procurou alguém para orientar o estilo de vida? 100%, não.
E aí no meio dessa grande preocupação atual com o Zika, vejo o quanto as pessoas tomam cuidado e planejam várias coisas na vida, mas algo tão, tão importante quanto o planejamento da gravidez fica relegado à um segundo, terceiro ou quarto planos.
Então, decidi escrever esse post, para orientar as futuras e atuais mamães e papais sobre esse planejamento, que vale tanto para quem nunca teve bebê, quanto para quem já tem e pensa em engravidar de novo.
O que fazer antes de engravidar
A ciência já nos indica hoje, que até a saúde paterna pode influenciar na tendência de doenças crônicas para os filhotes, então não é só a mamãe que deve fazer exames antes da fecundação, mas também o papai.
Então, quer engravidar? Mamãe, procure seu ginecologista e papai, procure seu clínico de confiança e fiquem atentos para a listinha abaixo:
– Doenças infecciosas (por isso não é só o Zika): é muito importante que sejam feitas sorologias para Hepatite B, Hepatite C, Toxoplasmose, Citomegalovírus, Sífilis, HIV, Rubéola e, caso já seja possível na época, Zika e Chikungunya. Também vale a pena verificar a presença de alguma infecção genital.
Lembro que muitas dessas doenças têm seu maior risco de acometimento fetal nos primeiros 3 meses de gestação, então, não adianta esperar engravidar para avaliar os riscos. Também há vacinas que podem ser atualizadas para ambos antes da gravidez.
– Doenças hereditárias: Se existem casos de quaisquer doenças genéticas transmissíveis na família, como por exemplo, anemia falciforme, hemofilia, síndromes em geral, cardiopatias e quaisquer outras malformações.
– Doenças metabólicas/nutricionais/endocrinológicas: Obesidade, pré-diabetes (importantíssimo), diabetes, (pré-)hipertensão, doenças da tireoide ou quaisquer outras condições crônicas dessa área, precisam de avaliação de risco prévio, ajuste de medicações e intervenções no caso de condições com possibilidade de reversão, como pré-diabetes por exemplo.
Qualquer desbalanço de vitaminas ou minerais pode ser determinante para a fecundação/formação dos órgãos do bebê/gestação. Procure um nutrólogo e nutricionista de confiança!
– Doenças cardíacas, renais, cânceres: Em tese, seriam contraindicações para engravidar, mas a depender e uma avaliação criteriosa, de um bom especialista, tendo consciência dos riscos, é possível ter sucesso em uma gravidez bem acompanhada.
– Estilo de vida: deixei por último algo que considero essencial. Quando o casal decide ter um filho, deveria ser no momento do ápice de um estilo de vida saudável.
Muitas vezes, vejo que ocorre o contrário. As pessoas vão “empurrando com a barriga” a ideia e a barriga de ambos vai crescendo. Quando as reuniões de família do Domingo vão ficando cada vez mais insuportáveis com a inevitável cobrança de quando virá o bebê, vocês, só de birra, dizem um para o outro: sabe de uma coisa? Vamos engravidar!
Isso com 10 anos de casados, até que estáveis financeiramente, mas há dois anos sem andar nem 100 metros, o pai fumando, estressados com o trabalho, com cartão de fidelidade de todos os fast-foods da cidade e comendo um vidro de Nutella, à meia-noite, na tediosa sexta-feira dos casais certinhos…
É o pior momento!!!! Não estou dizendo que vocês precisam se mudar para uma casinha branca de varanda, em um sítio bucólico, comer exclusivamente da própria horta e meditar 2 horas por dia (antes de qualquer coisa, incenso faz mal!), andar por mais 2 horas, para terem uma gestação e filhos saudáveis.
Mas, antes de empreender uma vida, não custa planejar e tomar precauções. Quanto tempo antes? Mais prudente possível – talvez um ano antes.
É o tipo da situação onde não vale a pena contar com a sorte. Compartilhem à vontade!
Adoro seu conteúdo. Obrigado por compartilhar
Boa noite
Gostaria de orientaçoes sobre minha alimentação pois em junho vou passar pelo procedimento da fiv e tenho duvidas o que vou poder comer ou não .
se a algum alimento que va fazer falta pro bebe ,
pois estava fazendo a low carb pois meu obetivo era eliminar 10 kilos mas eliminei 3 em 1 mes.
Não há estudos que indiquem vantagem de LC, mas não vejo porque não fazer uma Paleo/Primal bem orientada por nutricionista.
Olá Flávio.
Parabéns pelo seu trabalho.
Também sou médica, trabalho com Clínica Geral e Medicina do Sono, e minha preocupação com hábitos saudáveis de vida para minha família abrangem da pre-concepcção a alimentação, estilo de vida, rotina de sono e todas as escolhas que fazemos para uma vida EQUILIBRADA.
Consequentemente, a saúde agradece e nosso bem-estar reaparece.
Vou compartilhar seus artigos por acreditar que fazer boas escolhas tem seu bônus e ônus, mas VALEM A PENA.
Abraço.
Obrigado colega!