Repelentes: tudo o que você precisa saber

 

 

Um bom meio para se proteger de mosquitos causadores de doenças como Dengue e Zika são os repelentes. Mas é importante saber como e quando usá-los. Você sabe? Fique tranquilo pois neste post vou te explicar tudo a respeito.

Este assunto veio à tona junto com a enxurrada de informações e dúvidas sobre Zika, Dengue e afins.

Eu bem que me esforço para deixar de escrever sobre a Zika, mas como as dúvidas continuam – e provavelmente continuarão por um bom tempo – vou manter a regularidade de textos sobre o problema, no estrito sentido de ajudar à legião de amigos preocupados e duvidosos sobre o tema.

Fiquei até meio surpreso com a repercussão do último texto, pelo lado positivo, que me reafirma a necessidade que as pessoas em geral têm de informação clara, concisa, atualizada e confiável.

Tenho estudado muito sobre o tema, e isso não me causa nenhum tipo de incômodo, afinal, o faço por puro prazer.

Enfim, papo reto para você ser um expert em repelentes!

1 – O que são repelentes?

São produtos, naturais ou sintéticos, utilizados para evitar o contato de insetos ou carrapatos e suas picadas na pele.

2 – Quais são os repelentes mais utilizados e estudados no mundo?

Temos os repelentes tópicos e os repelentes físicos ou ambientais. As cinco substâncias para uso tópico mais citadas nos estudos são: o DEET, a Icaridina ou Picaridina, o IR3535, o óleo de eucalipto e o de citronela.

Os repelentes físicos ou ambientais são quaisquer produtos de vestuário ou proteção, tratados quimicamente com repelentes, inseticidas ou simples barreiras físicas como os cortinados e as telas para janelas.

Mais informações, em inglês, aqui.

3 – Qual o tempo de ação médios dos repelentes tópicos?

O tempo e ação dos repelentes tópicos dependem de vários fatores, como a concentração, o tipo de veículo (spray, loção, gel), o inseto a ser repelido e as condições ambientais e da pele.

Em geral, os repelentes com DEET e Icaridina a 20% conferem uma proteção de 6 até 10 horas.

4 – São eficazes para quais tipos de insetos?

R – São eficazes contra os Aedes (Dengue, Zika, Chikungunya, O’nyong-nyong, etc), os Anopheles (Malária) e os Culex (Filariose).

5 – São seguros para o uso em crianças?

Um estudo de 2009 analisou os repelentes disponíveis no mercado, apenas retificando que em crianças, na situação atual, não há restrições em toda a literatura citada para aplicação do DEET (OFF, Repelex), Icaridina (Exposis) e IR3535 (Repelente Johnson’s) em bebês maiores de 2 meses de idade.

Para os bebês menores de 2 meses, a proteção será pelos meios físicos. Mas isso deve ser conversado e avaliado com seu pediatra ou obstetra!

6 – Quais os cuidados para o uso em crianças?

Não permita que crianças manuseiem o produto e não aplique diretamente em suas mãos. Primeiro nas mãos do pai/mãe e, em seguida, sobre a criança.

Depois de voltar para dentro de casa, lavar a pele e roupas do seu filho com água e sabão ou dê banho. De acordo com a etiqueta, óleo de eucalipto não deve ser utilizado em crianças com menos de três anos de idade.

Veja aqui algumas dicas de como escolher o repelente para seu filho.

7 – São seguros para o uso em gestantes?

Na literatura não há restrição para o uso de DEET e Icaridina para gestantes, nas mesmas concentrações utilizadas para adultos.

8 – Devo utilizá-lo continuamente?

Por prudência, todas as vezes que for sair para o ambiente externo deve-se usar repelentes. Caso precise usar filtro solar, primeiro aplique o filtro e 30 minutos depois aplique o repelente por cima.

9 – Quais os cuidados para aplicação?

Siga as instruções do rótulo para garantir a utilização adequada:
– Aplicar repelentes apenas para pele e/ou roupas expostas. Não usar sob a roupa.

– Não aplicar perto dos olhos e da boca e aplicar com moderação ao redor das orelhas.

– Ao utilizar sprays , não aplicar diretamente no rosto: aplique nas mãos primeiro e depois no rosto.

– Nunca use repelentes sobre cortes, feridas ou pele irritada.

– Não pulverizar em áreas fechadas.

– Evite respirar um produto spray.

– Não o utilize perto de alimentos.

– Depois de voltar para dentro de casa, lavar a pele e roupas com água e sabão.

– Não utilize qualquer produto em animais de estimação ou outros animais a menos que o rótulo claramente afirmar que são seguros para animais.

– A maioria dos repelentes de insetos não funcionam contra piolhos ou pulgas.

– Armazenar repelentes de insetos com segurança fora do alcance das crianças.

Mais info, neste link da US Environmental Protection Agency.

9- E além dos repelentes tópicos, quais outros meios de proteção?

Existem os meios físicos, como roupas mais compridas, cortinados, telas tratadas com inseticidas e roupas tratadas com repelentes (não disponíveis no Brasil, apenas no exterior). São meios complementares, que devem ser utilizados. Alguns repelentes já têm formulação para aplicação em roupas (Exposis), e podem ser usados conforme instruções do fabricante.

Importante: gestantes e crianças pequenas não devem utilizar inseticidas ambientais, incluindo os de tomada, pela imprevisibilidade de seu efeito quando inalados. Já existem evidências suficientes na literatura para refutar a eficácia de vitaminas do complexo B, alho e outros salamaleques, simpatias e pajelanças no combate aos insetos.

Evite o mosquito e sua picadaO problema exige atenção e cuidados por parte de todos nós, mas lembrem-se: não precisaríamos estar tão preocupados e lamentando as famílias vítimas do problema, se estivéssemos tendo sucesso no combate ao mosquito.

Veja aqui dicas do Sociedade Pediátrica do Canadá para evitar as picadas de mosquitos (em inglês).

E isso também depende de todos nós!

Compartilhem à vontade!!! Viralizem mesmo!!!

Se tiverem dúvidas mandem nos comentários, que respondo.

 


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Dr Flávio Melo - pediatra

Atua em consultório privado na cidade de Solânea/PB há mais de 19 anos e trabalha como coordenador no Hospital Regional de Guarabira, do projeto da Rede de Cardiologia e Perinatologia da Paraíba, que atende crianças com problemas cardíacos congênitos. Atualmente, ajuda a milhares de mães, pais e responsáveis, em todo o país, através da transmissão do seu conhecimento sobre cuidado de crianças e bebês, com uma linguagem simples, prática e acessível, por meio de conteúdos diários que impactam mais de 690 mil pessoas pelo Instagram, no perfil @flaviopediatra Enxergo que o futuro da prevenção na criança, passa por uma atuação nos hábitos familiares e estilo de vida, desde antes do casal engravidar.

4 comentários em “Repelentes: tudo o que você precisa saber

  • 6 de dezembro de 2017 a 23:22
    Permalink

    Olá Dr. tenho um bebê de 9 meses, pelo que entendi com a leitura do texto, não tem indicação alguma de repelentes para menores de 2 anos. O que fazer ? Só sobra a proteção com roupas , mas como a colega colocou no comentário anterior : mesmo com roupa de manga longa seu filho foi picado na face e mãos. Foi lançado um Exposis para bebês a partir de 6 meses e aí Tb não pode ?
    Muito obrigada pela atenção desde já !

    Responder
  • 6 de janeiro de 2017 a 14:49
    Permalink

    Olá Dr Flávio, tenho bebê de 3 meses e gostaria de saber se posso usar nele o repelente Johnson à noite, para dormir, esporadicamente, quando saímos de casa e não tem barreira física. Vesti ele com roupas compridas mas ele ganhou picadas no rosto, na cabeça e nas mãos…

    Responder
    • 7 de janeiro de 2017 a 09:57
      Permalink

      No Brasil, a ANVISA não liberou repelentes para menores de 6 meses. Como está no texto, acima de 2 meses, no Canadá e EUA as autoridades liberam os 3, DEET, Icaridina e IR3535 (esse que vc perguntou). É usar o bom senso.

      Responder

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